Ex-secretária de Estado tem patrimônio avaliado em torno de R$ 11 milhões

A operação ‘Concreto Armado’ do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), por meio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), que contou com a parceria da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (18) e resultou no cumprimento de 21 mandados de busca e apreensão, além da prisão temporária da ex-secretária de infraestrutura do Estado, Waldívia Ferreira Alencar, por indícios de crimes praticados por ela, como lavagem de dinheiro e fraudes licitatórias durante a sua gestão.

Em coletiva de imprensa realizada na sede do MP-AM, na quarta, os promotores de justiça afirmaram que as investigações em torno da ex-secretária iniciaram após a apuração de processos que tramitam no Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) e no próprio MP em relação a sobrepeso de contratos e falta de execução de obras, avaliadas em mais de R$ 25 milhões.

O procurador geral do Estado, Fábio Monteiro, conta que o fato mais exorbitante das investigações foi a descoberta do patrimônio pertencente a Waldívia, que gira em torno de R$ 11 milhões. “Como pode uma ex-secretária de Estado, com rendimento declarado enquanto secretária de R$ 12 mil, poderia ter um acrescimento patrimonial desse porte? Então, a conclusão que se chega com o cruzamento de dados e com as ações que já tramitam por parte do Ministério Público contra ela na área de improbidade administrativa e na ação penal, deixando claro que durante o período de secretária ela teve acesso a uma quantidade de recursos por via de corrupção o que fez com que ela aplicasse em compra de imóveis e de bens resultando nesse acrescimento patrimonial”, disse explica Fábio.

Movimentações atípicas nas contas de Waldívia e seus familiares também contribuíram para as investigações. Entre as movimentações, consta um saque feito por ela no valor de R$ 1,4 milhão e um depósito feito pelo marido dela no valor de R$ 1,1 milhão em conta ainda desconhecida.

Os 21 mandados de busca e apreensão foram feitos em nome de Waldívia e seus familiares. “Ao todo, são 23 imóveis em nome dela e de alguns de seus familiares, mas que ela possuía procuração para gerenciar todos esses imóveis, o que constata a lavagem de dinheiro” afirma Igor Starling, promotor de justiça e membro do Gaeco.

O promotor de justiça contou também que, entre os imóveis, estão duas casas no condomínio Ephigênio Salles, uma onde ela mora e outra onde a filha mora, um supermercado no bairro Alvorada, apartamentos em condomínios de luxo em Manaus e em Florianópolis (SC), além de cinco carros de luxo apreendidos. “Durante o cumprimento dos mandados, nós encontramos uma planilha com, pelo menos, 40 imóveis. Então, esse valor patrimonial pode aumentar significativamente”, explica Igor.

Waldívia Alencar foi recolhida ao Centro de Detenção Provisória Feminina (CDPF) temporariamente. O MP-AM já ingressou com uma ação contra a ex-secretária pelos crimes de associação criminosa, peculato (desvio de dinheiro público), fraude licitatória e lavagem de dinheiro.

Com informações da assessoria | Foto: Divulação