O Hospital e Pronto-Socorro Dr. João Lúcio Machado, unidade da Secretaria Estadual de Saúde (Susam), passará a realizar, a partir da segunda quinzena do mês de agosto, cirurgias neurológicas de alta complexidade, para correção de aneurismas. A unidade recebeu, nesta semana, equipamento microscópio de alta tecnologia, que vai permitir a realização dos procedimentos. Com a oferta do serviço no João Lúcio, esse tipo de atendimento que na rede pública é feito no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) , terá sua capacidade ampliada.
De acordo com o secretário estadual de Saúde, Pedro Elias de Souza, o Hospital João Lúcio recebe em média 10 a 15 pacientes por mês com diagnóstico de aneurisma. A aquisição do equipamento, por parte da Susam, significa, também, maior agilidade no atendimento a esses pacientes, que não precisarão de remoção para passar pelo procedimento, ressaltou. O secretário explica que a cirurgia de aneurisma consiste na colocação de uma peça metálica (clip) para evitar o sangramento cerebral.
Dados do Ministério da Saúde indicam que cerca de 6,5 mil pessoas morrem anualmente no Brasil por aneurisma. O problema é caracterizado por um enfraquecimento da parede arterial ou de uma sobrecarga dela. A dilatação localizada e permanente da artéria é considerada um aneurisma quando é maior do que 50% do seu diâmetro normal. O quadro clínico típico é dor de cabeça súbita e muito forte. Isso ocorre porque a dilatação progressiva do aneurisma vai deixando a parede arterial cada vez mais fina, até que ela não resiste e se rompe, causando hemorragia severa, que pode levar à morte.
Melhorias na unidade Segundo o diretor do HPS João Lúcio, José Jorge Pinheiro, a aquisição do equipamento para a realização das cirurgias de aneurisma é uma das medidas que vem sendo implantadas na unidade para melhorar e dar celeridade ao atendimento. Ele ressalta que desde o início deste ano não há mais macas nos corredores da unidade e 60 novos leitos foram criados para pacientes em observação.
O centro cirúrgico da unidade, que recebeu o nome do médico ortopedista Igor Santos, que atuava na unidade e faleceu há três meses, vítima de acidente de trânsito, também foi alvo de melhorias. Foram adquiridas quatro novas mesas cirúrgicas, todas elétricas, que facilitam o manuseio, durante os procedimentos cirúrgicos.
Com essas mudanças, o diretor do Hospital João Lúcio frisa que a taxa de ocupação de leito caiu de 100% para 70%, que é o índice recomendado pela Agência Nacional de Saúde (ANS) Isso significa maior capacidade de atendimento, com os pacientes sendo avaliados pela equipe multidisciplinar e internados somente quando há necessidade, disse.
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